sábado, 17 de setembro de 2011

Solidão - agosto/2009

A solidão é tão grande
Que até as palavras se foram
Não aguentaram
Acho que tiveram medo de morrer
... secas
O peito também não dói
Até a dor esquivou-se de mim
Parece engraçado
Mas nem graça sinto
É um vazio ... vazio
Me procuro
Não me acho
Esqueci o que quero
Não sei mais como procurar
Me perco olhando um não-sei-o-quê
Percebo que não é nada
Pois as cores esvaíram-se ao meu olhar
Remexo em mim
Nada encontro
Casa depois da mudança
Alguns móveis velhos e feios que nem cobertos com um pano branco estão
Pouco importa ficarem empoeirados
Não serviam, pra quê servirão?
Nem os cupins os querem
Até o tempo se foi
O mundo parou sua caminhada
É um grande mar de inércia
E eu sem bóia
Ora resisto
Ora deixo-me afogar
Mas estou tão leve, pois nada restou dentro de mim,
Que flutuo e deixo essa onda de solidão me arrastar
Pra lá ... pra cá ... pra onde for ... pra onde der
Só sei que no momento meus pensamentos se foram
Minha vontade saiu correndo sem deixar bilhete
E eu me joguei no chão
Morta
Mas com hora certa pra ressuscitar

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