plié
elevé
eu
a vida
eis
o pas de deux
tudo é azul
enquanto o cinzel
não rasga a pele
e esculpe
toda a dor
pintada de vermelho
Até mesmo na escuridão
melhor permanecer de olhos fechados
Queria saber como fechar os ouvidos
como silenciar o pensamento
Mas isso nem a morte me garante
Então continuo sentada no canto do quarto
joelhos encolhidos
braços ao redor
como se fosse essa
a única proteção possível
Pois mesmo sem abrir os olhos
sei que os fantasmas rondam
Eles sabem
não poder fazer nenhum mal a mim
Mas eu
ainda duvido