domingo, 10 de janeiro de 2016

Sertão


O pé do primeiro passo
mais um descompasso
esquerdo, direito
fincados ao chão

A mão que procura
as cotas
procura a resposta
de um abraço vão

A boca que engole seco
que cala a pergunta
e a cabeça se pende
sabendo ser não

O olho percorre ligeiro
enquanto o outro
se esconde do sol

O ronco que não é trovão
pingo de chuva
molhando esperança
é estômago vazio
querendo um pão

A terra se ergue rachada
mosaico sem dó
contando histórias
escritas de pó


sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Beijos de Deus



... me olho
e já não me reconheço
sou um sopro
de um beijo jogado por Deus
da palma de sua mão esquerda
viajo até a face 
onde encontrar uma bochecha ao meu dispor
e Deus ...
continua sorrindo enquanto joga seus beijos