quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Minha Natureza - novembro/2008


Muitas vezes...

Na verdade, todas as vezes que amei, amei por ser da minha natureza. E quem sente essa dilacerante necessidade é como o crente que ainda não entendeu Deus e precisa ajoelhar-se diante da imagem para acreditar na própria fé.

Enquanto minha alma rodopia inquieta esbarro em possíveis pares e ignoro os pisões. Chego a pensar, num total absurdo, que esses fazem parte da coreografia.

De repente, os pés reclamam e começo a entender que posso dançar sozinha. Os primeiros passos são desconcertados e desconcertantes. Mas o tempo, eterno aliado, ajuda-me a encontrar o ritmo.

Já não preciso ficar de joelhos, pois descubro que a música é composta por Deus e os pares jamais se desencontram. E sim ... encontram-se no melhor momento. Um momento que nunca sabemos, e tentar adivinhá-lo é jogar-nos à dor, que não faz cerimônia: é faca afiada.

Sem deixar que uma gota de incredulidade inunde minha alma, sempre propensa às enxurradas, apenas acredito que o momento existe e é escrito com linda e doce caligrafia.

E continuando meus rodopios com a vaga certeza que: apenas Deus toca e eu danço.

Percebo tuas mãos e ... meus pés flutuam.

Olho.

E não vejo onde começas e termino.

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