sábado, 26 de novembro de 2011

Encontrando Ouro - novembro/2008


         ... mas ouro não se encontra remexendo brita. São dias árduos que se ofuscam com o brilho do metal. E tudo fica para trás. Tão distante que chegamos a duvidar que a dor existiu. É só a satisfação. E o corpo que doía em cada músculo contraído se transforma em um único e profundo suspiro. E isso é maior que tudo.

         Não dá pra ficar com o pé atrás. Pois é preciso fincar, os dois, ao chão. Pernas levemente separadas, braços abertos, a cabeça delicadamente jogada e um sorriso para receber a brisa. Aquela posição de quem se entrega: a vida que me tome e me leve ... O medo existe, claro. Porém, e aquele deleitável arrepio que percorre a espinha ...?

         Será que as pessoas sabem o que é, realmente, fazer amor ? Simplesmente se espreguiçar ao acordar e esbarrar o corpo no corpo de quem ainda dorme cheio de paz no semblante. Sentar-se mais afastado e perder-se olhando, sem nenhum pensamento, apenas a alma vibrando de alegria. Sentir uma saudade com total ausência de dor, porque você é dele e ele é seu, e isso nunca precisou ser dito.

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